Jeep Clube do Espírito Santo

24/06/2015 Por Duas e Quatro Rodas 0

Não tenho a pretensão de escrever sobre a criação deste pequeno veículo, que foi projetado para a Segunda Guerra, e consagrou admiradores em todo o mundo.

Quero apenas fazer um resumo da história deste carrinho que com mais 65 anos de fabricação, por onde passa, sempre arranca olhares das pessoas de todas as idades.

Primeiro vamos citar algumas teorias sobre a origem do nome “Jeep”. A sigla GP “General Purpose”,(em Português “Finalidade Gerais”), que era a nomenclatura utilizada pelo Exército para o veículo, pronuncia-se gee pee, que com o uso constante tornou-se geep, e depois jeep.

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Outra teoria, conta que o Major E.P. Hogan, em seu artigo publicado na revista Quartermaster, em finais de 1941, justificou o nome jeep, como sendo um velho termo usado pelos mecânicos do exército, para qualquer veículo novo motorizado que era recebido para testes. Ainda outra teoria, afirma que o nome Jeep refere-se a um personagem da história em quadrinhos, na qual o marinheiro “Popeye” possuía um animalzinho, tipo um pequeno cachorro, com o nome de Eugene de Jeep que tinha vários poderes sobrenaturais e conseguia resolver todos os tipos de problema. Como o pequeno veículo do Exército possuía semelhança com o animal do desenho na solução de todos os tipos de problemas, a transferência do nome foi rápida.

É indiscuíivel que o jeep teve participação decisiva na Segunda Guerra Mundial, foi criado para ser o fiel escudeiro dos aliados, o jipe escalou montanhas, trilhou caminhos tortuosos, enfrentou de frente o inimigo e consagrou uma legião de admiradores. Sempre repito a descrição do correspondente de guerra Ernie Pyle, sobre a importância do Jeep na Segunda Guerra: “ Eu acho que não poderíamos continuar sem o jeep. É fiel como um cachorro, forte como uma mula e ágil como um cabrito. Constantemente leva o dobro de peso para o que foi projetado e ainda se mantém andando”.

Sobre a criação do jeep, conta a história que o Serviço de Intendência do Exército Americano, vendo a necessidade de reequipar suas tropas, porque possivelmente iria entrar em conflito, abriu concorrência a diversos fabricantes de veículos, mas somente três, se manifestaram, e a American Bantan Car Company, convidou o projetista Karl Probst, para o desenvolvimento do projeto.
O Exército Americano solicitou aos fabricantes, que precisava de um veículo, com tração nas quatro rodas, capacidade para três passageiros, transportar armamento leve, motor com potência mínima de 40 hp, andasse a 80 km/h e outras características.

A American Bantan Car Company, foi a única a apresentar, dentro do prazo estipulado pelo Exército, o seu veículo, meses depois a Willys e a Ford, também apresentaram o seu projeto, coincidência ou não, os modelos-pilotos eram bastantes semelhantes, dizem que houve “facilidades” para a Ford e a Willys. Uma coisa é certa: Quem criou o jeep foi a American Bantam Car Company, e não a Willys-Overland a quem são dados os créditos.

O Exército encomendou a cada um dos fabricantes 1500 jipes para fazer testes, e segundos as pesquisas, os veículos da Willys, se apresentavam superiores, em função do motor “Go Devil”, que era o mais potente, mas cada um dos jipes apresentavam vantagens sobre o outro.

Sendo então que o Exército decidiu criar um modelo padrão, e foi selecionado o Willys MA, devidos a pontos superiores, como o motor e o chassi, e nesse veículo foi incorporado as melhores características dos outros dois veículos Ford e Bantam, e o novo veículo foi denominado de Willys MB.

Conta-se que uma manobra comercial da Willys-Overland, tirou a American Bantam Car Company, definitivamente da concorrência para a fabricação do jeep, e ficou como única fabricante, após ter ganho a concorrência.
Como a necessidade do jeep foi aumentando, devido as suas boas características, e a Willys não tinha tanta capacidade produtiva, foi acordado com a Willys que um segundo fabricante participa-se da produção, e foi entregue a Ford o projeto original com todas as especificações.
O modelo da Ford foi denominado GPW, e era idêntico aos Willys, o que era uma exigência do Exército para que as peças pudessem ser intercambiáveis, mas apesar disso existem pequenas diferenças entre os modelos, Willys MB e o Ford GPW, que facilitam o reconhecimento de cada um.

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Ao final da Segunda Guerra em 1945, tinham sido fabricados cerca de 640.000 jeeps, dos quais muitos foram destruídos durante a guerra, os que sobraram ao final da guerra ainda equiparam muitos exércitos pelo mundo, inclusive no Brasil, onde até a poucos anos os Willys MB e Ford GPW, eram os veículos de uso em operações militares nos quartéis.

Atualmente os jeeps restantes estão nas mãos de pessoas que fazem parte do rol dos admiradores e com a sensibilidade da preservação da história deste que foi o precursor de todos os veículos off road no mundo.

Willian Antonio Oliveira Rodrigues

Bibliografia

Jipe- O Indestrutível – D. Denfeld e Michael Fry –Ed Renes lt.;
JEEP – Bantam, Willys, Ford – Emile Becker e Guy Dentzer;
All-American Wonder – vol. one – Ray Cowdery- USM Inc;
Revista Quatro Rodas Especial “Aventura” nº 535-A ;
Clube de Veículos Militares Antigos do Rio de Janeiro- CVMARJ.

Mais informações: www.jeepclubedoespiritosantojeepclubedoespiritosanto.com.br

 

 

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